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ASCO Atualiza Diretrizes sobre Quimioterapia Neoadjuvante no Câncer de Ovário Avançado.

ASCO Atualiza Diretrizes sobre Quimioterapia Neoadjuvante no Câncer de Ovário Avançado.

Introdução A American Society of Clinical Oncology (ASCO) atualizou suas diretrizes sobre quimioterapia neoadjuvante para pacientes recentemente diagnosticadas com câncer de ovário avançado. Desde a última atualização em 2016, houve mudanças significativas na abordagem inicial dessa doença, impulsionadas por novos ensaios clínicos e análise de dados em larga escala. A revisão reforça a importância de uma seleção criteriosa das pacientes e da integração de estratégias terapêuticas mais eficazes para otimizar os desfechos clínicos.

Principais Dados e Resultados Os dados do National Cancer Database demonstraram uma grande mudança na prática clínica entre 2010 e 2021:

  • A proporção de pacientes submetidas à cirurgia citorredutora primária caiu de 70,1% para 37,2%.
  • O número de pacientes tratadas com quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia de intervalo mais que dobrou, de 16,6% para 40,8%.

O painel de especialistas da ASCO revisou 61 estudos, incluindo 9 ensaios clínicos randomizados publicados entre março de 2015 e fevereiro de 2024, reforçando a equivalência da quimioterapia neoadjuvante em termos de sobrevida e redução de complicações perioperatórias.

Critérios de Seleção Inicial

A diretriz destaca a necessidade de envolver um oncoginecologista na avaliação inicial para definir a melhor estratégia terapêutica. Os principais exames recomendados incluem:

  • CA-125 e TC de pelve, abdômen e tórax;
  • Laparoscopia ou imagens complementares (RM, FDG-PET ou ultrassonografia) para avaliar viabilidade da citorredução;
  • Biópsia endometrial, quando necessário, para excluir neoplasias ginecológicas concomitantes.

Além disso, a ASCO reforça a importância de testes genéticos de linha germinativa e somáticos no diagnóstico para identificar pacientes elegíveis ao uso de inibidores de PARP como terapia de manutenção.

Escolha do Tratamento Inicial

  • Cirurgia citorredutora primária segue recomendada para pacientes com bom estado clínico e alta probabilidade de citorredução completa.
  • Quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia de intervalo é recomendada para pacientes com baixa probabilidade de citorredução completa ou alto risco perioperatório.

Para pacientes selecionadas para quimioterapia neoadjuvante, a confirmação histológica de câncer invasivo de ovário, trompa de Falópio ou peritoneal é essencial. Aspirados de agulha fina não são recomendados, pois podem comprometer a acurácia diagnóstica.

Aspectos Terapêuticos Importantes

  • O regime padrão continua sendo o doublet platina/taxano.
  • A cirurgia de intervalo deve ser realizada após quatro ou menos ciclos de quimioterapia.
  • Recomenda-se pelo menos seis ciclos de quimioterapia no total, ajustáveis conforme resposta ao tratamento.
  • A quimioterapia adjuvante deve ser retomada dentro de 4 a 6 semanas após a cirurgia de intervalo.

Conduta em Doença Progressiva Durante a Quimioterapia Neoadjuvante Caso a paciente apresente progressão da doença nesse período, é recomendada uma biópsia repetida para confirmar o diagnóstico e reavaliar a estratégia terapêutica.

Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC)

A diretriz atualizada considera a HIPEC como uma opção em pacientes selecionadas. O estudo OVHIPEC-1 demonstrou que a HIPEC com cisplatina durante a cirurgia de intervalo melhora sobrevida livre de doença e sobrevida global. No entanto, devido à sua complexidade e necessidade de suporte especializado, a HIPEC não é recomendada para todas as pacientes.

Conclusão A atualização das diretrizes da ASCO reforça a importância da personalização do tratamento no câncer de ovário avançado. A decisão entre cirurgia primária e quimioterapia neoadjuvante deve ser baseada em uma avaliação criteriosa da paciente, e a integração de testes genéticos e novas abordagens terapêuticas pode impactar significativamente os desfechos clínicos. Além disso, o papel da HIPEC continua sendo investigado para determinar seu benefício em cenários específicos.

Referências Bibliográficas

  1. Gaillard S, Lacchetti C, Armstrong DK, et al: Quimioterapia neoadjuvante para câncer de ovário avançado recém-diagnosticado: atualização da diretriz da ASCO. J Clin Oncol. 2025.
  2. Wright AA, Bohlke K, Armstrong DK, et al: Quimioterapia neoadjuvante para câncer de ovário avançado: diretriz da ASCO e SGO. J Clin Oncol. 2016.
  3. Bercow A, Stewart T, Bregar AJ, et al: Utilização de cirurgia citorredutora primária para câncer de ovário em estágio avançado. JAMA Netw Open. 2024.
  4. Konstantinopoulos PA, Lacchetti C, Annunziata CM: Teste de linha germinativa e tumor somático em câncer epitelial de ovário. JCO Oncol Pract. 2020.
  5. Aronson SL, Lopez-Yurda M, Koole SN, et al: Cirurgia citorredutora com ou sem HIPEC em câncer de ovário avançado. Lancet Oncol. 2023.

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