Introdução
 O tratamento de suporte para pacientes com câncer, especialmente aqueles com tumores sólidos metastáticos, é uma área em crescimento na oncologia integrativa. O extrato de visco (Viscum album L.) tem sido amplamente utilizado para melhorar a qualidade de vida e complementar a terapia sistêmica, apesar da controvérsia sobre sua eficácia. Estudos preliminares sugerem que o visco pode melhorar a qualidade de vida e mitigar a toxicidade da quimioterapia, embora a comprovação científica seja limitada por ensaios com deficiências metodológicas.

Mecanismos e Efeitos Biológicos
 O extrato de visco, especialmente o Helixor M, apresenta propriedades antitumorais por meio de citotoxicidade, indução de apoptose e inibição do ciclo celular. Estudos in vitro demonstraram que o Helixor M pode reduzir a proliferação celular e aumentar a necrose tumoral. Além disso, o visco possui atividade imunomoduladora, estimulando citocinas e células dendríticas, o que poderia potencialmente melhorar a resposta imune em pacientes oncológicos.

Estudo Clínico
Um estudo de fase I foi realizado para avaliar a segurança e eficácia do Helixor M intravenoso em 21 pacientes com tumores sólidos metastáticos recidivados ou refratários. Os pacientes, que já haviam passado por uma ou mais linhas de tratamento, receberam doses crescentes de visco três vezes por semana. O objetivo foi determinar a dose máxima tolerada, a segurança do tratamento e os impactos na qualidade de vida.

Resultados
 Os resultados mostraram que o Helixor M foi bem tolerado, com efeitos adversos controláveis, como fadiga, náusea e calafrios. A dose máxima tolerada foi estabelecida em 600 mg três vezes por semana.

Conclusão
 Ensaios clínicos futuros de fase II são necessários para explorar o momento ideal de administração e as possíveis combinações com outras terapias, como quimioterapia ou imunoterapia. O extrato de visco parece promissor como um complemento para tratamentos tradicionais, com o potencial de aumentar o tempo de tratamento e melhorar a qualidade de vida.

Referências

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Desenvolvido pelo médico oncologista, Dr. Marcelo Antunes